Entenda por que privatizar os Correios é um mau negócio

Prejuízos ao povo brasileiro são inúmeros com a possível privatização dos Correios

O Presidente Bolsonaro e equipe de governo tem colocado em prática um desmonte total do estado brasileiro e de suas empresas públicas, uma delas, os Correios.

Com uma política de baixos investimentos públicos em vários setores como o de transporte, educação, saúde, cultura e lazer tem promovido uma verdadeira destruição das estatais e dos serviços prestados ao povo que mais precisa de serviços públicos no país.

Apesar de grande parte dos trabalhadores dos Correios e demais estatais terem votado no atual presidente – que prometeu extinguir a empresa durante a campanha eleitoral –  Bolsonaro, nunca desde o início do mandato seu desdém pelos trabalhadores dos Correios e colocou-os como seus inimigos.

A categoria de Correios tem o respeito e confiabilidade de maior parte da população, mesmo diante das más condições de trabalho, redução de efetivo e com salários cada vez piores e defasados. Com todos esses dados, o governo tem acelerado o processo de privatização da maior e mais antiga empresa brasileira.

A equipe do governo Bolsonaro tem criado um espaço suscetível ao discurso e ação da privatização. Os empresários e governantes favoráveis à privatização se utilizam dessa realidade para defender que a iniciativa privada é quem pode resolver esse problema. Será mesmo?

A privatização dos Correios além de violar uma garantia constitucional e mantida através de muita luta dos movimentos dos trabalhadores e da população: o de que o serviço postal público é responsabilidades do Estado. Tratam-se de direitos sociais extremamente importantes e que se deve investir ainda mais, justamente para atender adequadamente a população de todos os municípios. Numa tentativa desenfreada de desmontar todas as conquistas do povo, os defensores das privatizações querem transformar os direitos sociais em bens de consumo, em mercadoria, para serem vendidas sob as regras do mercado, e promovendo lucros para os empresários que investirem nisso, deixando o povo das cidades mais longínquas e que tem o serviço postal subsidiado, distante ainda mais dos serviços importantes para a integração e comunicação do povo.

Só com esse argumento, é notório que a privatização significa um retrocesso imenso. Mas, além disso, a privatização ocasiona uma piora de todos os serviços. Ao invés de resolver os problemas e melhorar a qualidade dos serviços, como propagandeiam integrantes do governo e parlamentares privatistas, a transferência do serviço postal para a iniciativa privada irá piorar a qualidade dos serviços e submeterá a população a altos preços e menos condições de acesso aos serviços postais, que hoje são 60% mais baratos que nas empresas privadas que atuam em pouco mais de 100 cidades brasileiras, diante de mais de 5000 municípios brasileiros.

A atuação dos Correios não está só resumida ao serviço postal, temos em todo país as agências dos Correios com o Banco Postal, que no próximo mês terá seu serviço em todos os municípios brasileiros desativado, medida que trará graves prejuízos à economia de várias cidades, tendo em vista que em mais de 2 mil cidades não há serviço bancário, o único operador financeiro são os Correios, através do Banco Postal. E como ficarão esses municípios a partir do encerramento das atividades?

Com a entrega do patrimônio público, serviços sociais ficarão comprometidos. Todos os anos, a empresa de Correios promove uma campanha de coleta de cartas e entrega de presentes para crianças carentes em todo país, algo que na iniciativa privada jamais teria espaço diante da política de lucros e mais lucros.

Além de ser a empresa que mais emprega direto e indiretamente, são mais de 300 mil empregos. Privatizar os Correios diante de um quadro de desemprego grave no país, onde a informalidade toma conta e o acesso a benefícios fica cada vez mais difícil é um crime contra os Brasileiros e Brasileiras.

Por isso afirmo que privatizar não é a solução. É necessário mais investimento público para o fortalecimento e crescimento da economia do país, para que assim, toda população tenha direito a um serviço de qualidade, acessível e que respeite a lógica presente na Constituição Federal da universalidade do serviço postal.

Ter os Correios público 100% estatal é um direito social e responsabilidade do Estado.
Devemos dar essa resposta ao Governo e contrapor essa lógica que está na contramão das políticas públicas, de responsabilidade com o povo e da defesa da soberania brasileira. Por Douglas Melo.