Perspectiva de desmonte dos Correios motiva audiência

Planos de privatização da empresa pode resultar em demissões e provocar impactos negativos em diversos serviços.

Centro de Distribuição dos Correios, empresa que será tema de reunião na ALMG - Foto: Flávia Bernardo

Debater a possibilidade de desmonte da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), com a perspectiva de demissão em massa de seus trabalhadores. Esta é a finalidade da audiência pública que a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza nesta quarta-feira (21/8/19).

Requerida pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), a reunião será às 19 horas, no Auditório José Alencar. Com a iniciativa, ela busca alertar que privatizar a ECT, como pretende o governo federal, é destruir um serviço essencial para o País. “Vender os Correios significaria desmontar uma empresa fundamental para a soberania brasileira e que presta serviços essenciais aos brasileiros”, afirmou.

Universalidade - Segundo Beatriz Cerqueira, “são os Correios que realizam os serviços bancário, eleitoral, de documentação judiciária e de saúde, com a distribuição de vacinas e de sangue para transfusão”. Ainda de acordo com ela, a ECT presta essa gama de atividades em todos os municípios do Brasil, inclusive em regiões às quais nenhum outro órgão público tem acesso. “Já pensou entregar esses serviços para a iniciativa privada? Iríamos perder muito em segurança e universalidade”, declarou.

A deputada destaca que, com a privatização, as condições de trabalho nos Correios também serão precarizadas, o que vai se refletir rapidamente na qualidade e confiabilidade dos serviços prestados à população.

Agências – Notícia publicada no Portal da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em março deste ano, dá conta de que a direção da estatal pretende fazer uma reestruturação para cortar 20 mil postos de trabalho, fechar agências e terceirizar parte dos serviços. O ideal, para o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula, afirma o site, é reduzir o quadro de pessoal de 105 mil para 85 mil trabalhadores.

Já a página do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect/MG) destacou que a direção da empresa está “promovendo seu desmonte com a entrega desse patrimônio do povo brasileiro aos monopólios privados”. A entidade denuncia também que serão fechadas agências lucrativas que ficam perto de franqueadas. “Na lista, há agências com alto faturamento. Em Minas Gerais, por exemplo, das 20 mais rentáveis, 14 deixarão de funcionar. Os clientes serão atendidos por agências franqueadas que funcionam nas proximidades das que serão fechadas”, destaca o sindicato.

Consulte a lista completa de convidados para a reunião. Por assessoria de imprensa da ALMG.