No Acre, agente dos Correios e ex-jogador se dedica há 18 anos às corridas de rua

José Edmilton de Sousa, 44 anos, iniciou vida esportiva na infância através do futebol, passou a ser corredor de rua e coleciona títulos por onde passa. Atleta permanece competindo

José Edmilton com alguns troféus e medalhas conquistados — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

O dia do esportista é comemorado no Brasil nesta terça-feira (19). E nesta data o GloboEsporte.com conta a história do agente dos Correios do Acre, José Edmilton de Sousa Machado, 44 anos, que tem uma longa trajetória e experiência no esporte. Tudo começou na infância, aos nove anos de idade. Assim como a maioria das crianças, ele era apaixonado por futebol.

Edmilton atuou tanto no futebol de campo, como no futsal, passando por várias equipes do Acre e colecionando títulos estaduais nas duas modalidades. Na metade da década de 90, chegou a atuar profissionalmente no time do Atlético-AC, mas como ainda estudava, a carreira nos gramados não vingou e acabou deixando o futebol.

José Edmilton jogou em times amadores do Acre — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Corrida de rua

Depois que entrou nos Correios, em fevereiro de 2001, Edmilton se interessou em participar da Corrida do Carteiro, que à época era realizada em Porto Velho (RO). Naquele ano, mesmo sem uma preparação específica, o atleta conseguiu conquistar uma boa colocação.

– Pela primeira vez eu participei de uma corrida oficial de 10 km, fiquei na terceira posição, fiquei entusiasmado, mais do que isso, eu vi que tinha condições de ter chegado em primeiro – lembra.

Corrida do Carteiro de 2002 foi o primeira conquista oficial do atleta — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Com o bom resultado, Edmilton começou a participar do Programa de Apoio Permanente ao Empregado (Pape), um incentivo aos empregados atletas dos Correios. Nessa época, o funcionário deixou de lado o futebol e iniciou treinamentos com profissional de educação física, visando a competição no ano seguinte. Todo esforço não foi em vão. Na Corrida do Carteiro de 2002, o atleta foi campeão.

– Fiquei muito contente e emocionado pelo título. Foi o meu primeiro oficial na corrida. Eu foquei ainda mais nos treinamentos – disse.

Incluído no Pape e com treinamentos intensivos nos anos seguintes, deu mais um passo importante na trajetória dentro da corrida de rua: a participação em eventos nacionais.

– Em 2004 eu já estava dentro do índice que era solicitado pelos Correios, aí fui convocado para uma corrida teste para correr as 10 Milhas Garoto, no Espírito Santo, que era 16 km. Lá eu alcancei o índice, fui bem acolhido e então passei a fazer parte da equipe nacional dos Correios – conta.

Coleção de medalhas de Edmilton — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Segundo Edmilton, além da Corrida do Carteiro em 2002, no qual foi campeão pela primeira vez, a primeira convocação para a corrida de São Silvestre, em 2005, foi uma das conquistas mais marcantes na carreira do atleta.

– No ano anterior eu estava em casa, assistindo (a corrida) na TV e comentei com minha esposa, se algum dia eu iria ter a chance de participar de uma corrida como essa. Aí no ano seguinte a convocação para participar da São Silvestre foi uma felicidade tão grande que eu cheguei a chorar – conta.

Além da corrida de São Silvestre em 2005, o atleta marcou presença no evento em 2006 e 2008. Edmilton também correu na Volta da Pampulha, em Minas Gerais, e na Meia-Maratona Internacional do Pantanal Volta das Nações. Ele foi o único representante dos Correios a carregar a tocha dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no estado do Acre.

Atleta carregou tocha dos jogos
Pan-Americanos em 2007
Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Qualidade de vida

A prática de exercícios físicos é ideal para manter a saúde e a qualidade de vida. Após 35 anos que começou a praticar esportes, Edmilton participa do grupo de corrida de rua Quinta das Ladeiras, segue participando dos circuitos estaduais de corrida, como a Corrida Chico Mendes, Corrida do Fogo (do Corpo de Bombeiros), Corrida do Trabalhador, entre outras.

– Eu vou fazer 45 anos, mas ainda tenho uma disposição bem bacana. Ainda participo das corridas de rua, não com a mesma intensidade, mas continuo. A atividade física faz bem para a saúde, faz com que você tenha uma qualidade de vida melhor, uma melhora quanto ao estresse – afirma.

Sobre a disposição e a vitalidade para a prática do esporte, ele garante que a vontade nunca mudou.

– Hoje em dia o trabalho é mais focado, tenho um cuidado a mais porque tenho uma idade mais avançada. O que mudou de antes para a agora é apenas o desempenho, porque a vontade e a mesma – garante.

Em um cantinho especial da casa, a coleção de troféus e medalhas, conquistada ao longo da carreira como jogador e corredor.

Troféus que José Edmilton ganhou durante 35 anos como atleta — Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Origem do Dia do Esportista

O Dia do Esportista, originalmente, foi criado a partir da Lei nº 8.672, de 6 de Julho de 1993, conhecida como "Lei Zico". No artigo 54 constava que o dia 19 de fevereiro seria destinado como Dia do Esportista.

A Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, conhecida popularmente por "Lei Pelé" ou "Lei do passe livre", revogou a Lei Zico, estabelecendo o dia 23 de junho como o Dia do Desporto, mesma data do Dia Mundial do Desporto Olímpico. No entanto, a população mantém a antiga data ainda hoje como o dia para comemorar a pratica do esportismo no Brasil. Por Kelton Pinho, Globo Esporte.