Plano Postalprev, que veio apresentando um bom desempenho durante todo o ano, registrou no mês uma rentabilidade de negativa de 0,56%
O mês de novembro não foi um bom mês para os planos de benefícios do Postalis. Até o Plano Postalprev, que veio apresentando um bom desempenho durante todo o ano, registrou no mês uma rentabilidade de negativa de 0,56%. Ainda assim, considerando o acumulado no exercício, o plano segue performando acima da meta atuarial com um rendimento de 13,07% contra uma meta de 11,67%. Com isso, o déficit técnico do plano foi de R$ 8,3 milhões no mês, reduzindo o superávit do exercício para R$ 5,5 milhões e o acumulado para R$ 12,5 milhões.
A baixa rentabilidade do Plano Postalprev vem sendo objeto de questionamento pelo Conselho Fiscal, uma vez que o bom desempenho dos investimentos do plano, em tese, deveria determinar um melhor resultado. Contrariamente, não foram raras as vezes em que a meta atuarial do mês foi superada e, no mesmo mês, o plano foi deficitário. Até o momento, as áreas técnicas responsáveis do Postalis não apresentaram explicações para o fenômeno. Porém, em uma análise conjunta com a consultoria que presta suporte ao Conselho Fiscal para a elaboração do Relatório de Controles Internos, foi identificada a possível causa dessa discrepância, que seria o aporte aparentemente excessivo de recursos nos fundos previdenciais do Plano, onde, em novembro/2015, não haviam recursos aplicados, e em novembro/2016 estavam com um saldo superior a R$ 278 milhões. No âmbito do seu Relatório de Controles Internos, o Conselho Fiscal está questionando as razões do aporte desse volume de recursos em tais fundos, o que pode estar impactando desnecessariamente a rentabilidade do plano e, consequentemente, impedindo uma maior valorização das nossas cotas.
Independentemente da questão acima comentada, o desempenho dos investimentos do Postalprev foi negativo em novembro, ocasionando uma redução no valor da cota do plano e questionamentos de muitos participantes que constataram um valor inferior na reserva de poupança atual, quando comparado com a soma entre a reserva de poupança do mês anterior e o valor da contribuição mensal. Da mesma forma que no Plano PBD, uma das aplicações que mais impactaram o resultado do Postalprev no mês foi o provisionamento para perdas de 25% da CCI Portbello, que aqui foi no valor de quase R$ 22 milhões. Caso a situação dessa aplicação não seja revertida, o provisionamento poderá atingir o montante próximo a R$ 88 milhões (100%). Outro segmento de aplicações que contribuiu para o déficit foi o de Renda Variável (ações), movimento que acompanhou a queda das ações negociadas na BOVESPA em novembro, o que foi atribuído ao resultado das eleições nos EUA.
Aqui temos duas questões distintas. O provisionamento faz parte daquele triste histórico de investimentos mal feitos do passado que impacta principalmente o Plano PBD, mas que também afeta o Postalprev. O fraco desempenho da BOVESPA no mês de novembro já é uma questão mais conjuntural e inerente ao mercado. Mesmo com a queda em novembro, as aplicações em ações do Postalprev se constituíram no segmento mais rentável em 2016, atingindo em novembro o percentual de 26,8%. São duas coisas que temos que nos acostumar a conviver: a variação de humores da bolsa de valores (que faz parte) e os esqueletos ainda guardados em armários que continuarão nos assombrando por um bom tempo. Mas no geral, o Postalprev está em um bom caminho, pois desde meados de 2014 só investe em títulos públicos, cabendo a nós vigiar para que continue assim.
Neste aspecto, mais do que o mau desempenho dos investimentos no mês, o ponto realmente preocupante do mês foi a alteração aprovada na Política de Investimentos, por meio da qual se ampliou o limite de aplicações em Renda Variável, passando de 15 para 30% do patrimônio do Postalprev.
Transcrevemos a seguir, o trecho da Ata da última reunião do Conselho Fiscal que tratou deste assunto:
Pelos registros e documentação constante, não se observa que tenha havido a devida apreciação pelo COD dessa alteração, que implica na duplicação do percentual limite de exposição no segmento de renda variável do Plano POSTALPREV, e igualmente, não constam da documentação apresentada qualquer justificativa para a alteração em questão, e muito menos comprovação de que o Instituto aprimorou os seus controles internos de forma a conferir segurança, transparência e rentabilidade a esse tipo de aplicação, conforme prescrito pela PREVIC em documentos encaminhados ao Instituto.
RECOMENDAÇÃO 03 (DIN/COD): Que não seja realizada qualquer nova aplicação no segmento de Renda Variável do Plano POSTALPREV até que haja uma manifestação explicita do COD, concordando com o aumento do limite de exposição no referido segmento."
O Conselho Fiscal entende que o retorno proporcionado pelos títulos públicos ainda garante o atingimento da meta atuarial, com muito mais segurança, quando comparado com aplicações em renda variável, dada a indefinição ainda reinante no ambiente econômico do País. Além do quê, ainda não nos foi demonstrada a existência de uma estratégia de atuação nesse segmento por parte do Instituto, no sentido de que as operações tanto de resgate quanto de aporte de recursos se deem em momentos favoráveis e possam ser objeto de verificação pelos controles internos.
Estaremos atentos para denunciar às autoridades competentes qualquer movimentação nos ativos do Postalprev que venham a expor a riscos desnecessários os interesses dos participantes.
Angelo Donga - Conselheiro Fiscal do Postalis
A baixa rentabilidade do Plano Postalprev vem sendo objeto de questionamento pelo Conselho Fiscal, uma vez que o bom desempenho dos investimentos do plano, em tese, deveria determinar um melhor resultado. Contrariamente, não foram raras as vezes em que a meta atuarial do mês foi superada e, no mesmo mês, o plano foi deficitário. Até o momento, as áreas técnicas responsáveis do Postalis não apresentaram explicações para o fenômeno. Porém, em uma análise conjunta com a consultoria que presta suporte ao Conselho Fiscal para a elaboração do Relatório de Controles Internos, foi identificada a possível causa dessa discrepância, que seria o aporte aparentemente excessivo de recursos nos fundos previdenciais do Plano, onde, em novembro/2015, não haviam recursos aplicados, e em novembro/2016 estavam com um saldo superior a R$ 278 milhões. No âmbito do seu Relatório de Controles Internos, o Conselho Fiscal está questionando as razões do aporte desse volume de recursos em tais fundos, o que pode estar impactando desnecessariamente a rentabilidade do plano e, consequentemente, impedindo uma maior valorização das nossas cotas.
Independentemente da questão acima comentada, o desempenho dos investimentos do Postalprev foi negativo em novembro, ocasionando uma redução no valor da cota do plano e questionamentos de muitos participantes que constataram um valor inferior na reserva de poupança atual, quando comparado com a soma entre a reserva de poupança do mês anterior e o valor da contribuição mensal. Da mesma forma que no Plano PBD, uma das aplicações que mais impactaram o resultado do Postalprev no mês foi o provisionamento para perdas de 25% da CCI Portbello, que aqui foi no valor de quase R$ 22 milhões. Caso a situação dessa aplicação não seja revertida, o provisionamento poderá atingir o montante próximo a R$ 88 milhões (100%). Outro segmento de aplicações que contribuiu para o déficit foi o de Renda Variável (ações), movimento que acompanhou a queda das ações negociadas na BOVESPA em novembro, o que foi atribuído ao resultado das eleições nos EUA.
Aqui temos duas questões distintas. O provisionamento faz parte daquele triste histórico de investimentos mal feitos do passado que impacta principalmente o Plano PBD, mas que também afeta o Postalprev. O fraco desempenho da BOVESPA no mês de novembro já é uma questão mais conjuntural e inerente ao mercado. Mesmo com a queda em novembro, as aplicações em ações do Postalprev se constituíram no segmento mais rentável em 2016, atingindo em novembro o percentual de 26,8%. São duas coisas que temos que nos acostumar a conviver: a variação de humores da bolsa de valores (que faz parte) e os esqueletos ainda guardados em armários que continuarão nos assombrando por um bom tempo. Mas no geral, o Postalprev está em um bom caminho, pois desde meados de 2014 só investe em títulos públicos, cabendo a nós vigiar para que continue assim.
Neste aspecto, mais do que o mau desempenho dos investimentos no mês, o ponto realmente preocupante do mês foi a alteração aprovada na Política de Investimentos, por meio da qual se ampliou o limite de aplicações em Renda Variável, passando de 15 para 30% do patrimônio do Postalprev.
Transcrevemos a seguir, o trecho da Ata da última reunião do Conselho Fiscal que tratou deste assunto:
"O Conselho Deliberativo aprovou as Politicas de Investimentos para 2017 dos Planos PBD, POSTALPREV e PGA, determinando incluir na introdução do Plano POSTALPREV “que seja priorizada a compra de títulos públicos federais, enquanto oferecerem rentabilidade igual ou superior ao índice de referência.”
Manifestação do COF: Dentre as alterações promovidas nas politicas de investimentos destaca-se a ampliação do limite de exposição do Plano POSTALPREV no segmento de renda variável, passando de 15% para 30%. Apesar da relevância da mencionada alteração, causa estranheza que a mesma não tenha sido destacada nos relatórios que instruíram a sua aprovação, tais como: o REL/PRE-2016/088 e o REL/DIN-2016/0053. Tampouco consta da página 2 da PI do Plano POSTALPREV, onde no campo “Alteração em relação à edição anterior” mencionam-se apenas os seguintes aspectos:
“Redução do limite de alçada do DIN
Revisão anual da meta de rentabilidade do Plano; Dos limites de enquadramento e alocação objetiva; Dos indicadores estimados para a rentabilidade
Segregação da gestão de riscos com a publicação da politica de riscos de investimentos do Plano POSTALPREV
Apoio à entidade de autorregulação CAF – Comitê de Aquisições e Fusões”
Pelos registros e documentação constante, não se observa que tenha havido a devida apreciação pelo COD dessa alteração, que implica na duplicação do percentual limite de exposição no segmento de renda variável do Plano POSTALPREV, e igualmente, não constam da documentação apresentada qualquer justificativa para a alteração em questão, e muito menos comprovação de que o Instituto aprimorou os seus controles internos de forma a conferir segurança, transparência e rentabilidade a esse tipo de aplicação, conforme prescrito pela PREVIC em documentos encaminhados ao Instituto.
RECOMENDAÇÃO 03 (DIN/COD): Que não seja realizada qualquer nova aplicação no segmento de Renda Variável do Plano POSTALPREV até que haja uma manifestação explicita do COD, concordando com o aumento do limite de exposição no referido segmento."
O Conselho Fiscal entende que o retorno proporcionado pelos títulos públicos ainda garante o atingimento da meta atuarial, com muito mais segurança, quando comparado com aplicações em renda variável, dada a indefinição ainda reinante no ambiente econômico do País. Além do quê, ainda não nos foi demonstrada a existência de uma estratégia de atuação nesse segmento por parte do Instituto, no sentido de que as operações tanto de resgate quanto de aporte de recursos se deem em momentos favoráveis e possam ser objeto de verificação pelos controles internos.
Estaremos atentos para denunciar às autoridades competentes qualquer movimentação nos ativos do Postalprev que venham a expor a riscos desnecessários os interesses dos participantes.
Angelo Donga - Conselheiro Fiscal do Postalis
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